Analisando as palavras de Nelo Vingada acerca da situação no Irão, "saí de lá dois ou três dias antes das eleições. Ainda vi algumas manifestações, mas até fiquei admirado com o nível de democracia". E palavras de uma pessoa, que estando lá em trabalho, treinando uma equipa iraniana, que embora à partida tenha um certo distanciamento de questões políticas, esse argumento também serve para legitimar as suas declarações, pois não está limitado por nenhuma questão ideológica.
É então, questão para se perguntar, se não estamos a ser alvo de uma campanha anti-Ahmadinejad por parte de grande parte da comunidade internacional, que utiliza as manifestações promovidas por Mussavi em Teerão, para questionar a legitimidade dos resultados eleitorais, sabendo-se que Ahmadinejad reúne a sua parte principal de apoios nas zonas mais rurais e desfavorecidas, podendo-se extrapolar que estas manifestações são promovidas por uma elite que como demonstram alguns estudos está a perder influência devido a uma maior distribuição de riqueza.
No entanto a questão de Israel pesa muito também nesta campanha, pois sabe-se da posição de Ahmadinejad em relação a este estado judaico, e a tentativa do Irão em ter energia nuclear, pode representar uma ameaça para Israel, algo que preocupa sobremaneira também os seus aliados, com os Estados Unidos e Reino Unido à cabeça, logo seria muito conveniente uma alternativa de liderança mais moderada e mais disposta a servir os propósitos destas potências imperialistas.
É então, questão para se perguntar, se não estamos a ser alvo de uma campanha anti-Ahmadinejad por parte de grande parte da comunidade internacional, que utiliza as manifestações promovidas por Mussavi em Teerão, para questionar a legitimidade dos resultados eleitorais, sabendo-se que Ahmadinejad reúne a sua parte principal de apoios nas zonas mais rurais e desfavorecidas, podendo-se extrapolar que estas manifestações são promovidas por uma elite que como demonstram alguns estudos está a perder influência devido a uma maior distribuição de riqueza.
No entanto a questão de Israel pesa muito também nesta campanha, pois sabe-se da posição de Ahmadinejad em relação a este estado judaico, e a tentativa do Irão em ter energia nuclear, pode representar uma ameaça para Israel, algo que preocupa sobremaneira também os seus aliados, com os Estados Unidos e Reino Unido à cabeça, logo seria muito conveniente uma alternativa de liderança mais moderada e mais disposta a servir os propósitos destas potências imperialistas.
Muito interessante esta perspectiva que põe em evidência o que há de contra-informação organizada "diluida" nas notícias que nos vão regularmente chegando e que tendemos implicitamente a considerar como objectivas.
ResponderEliminarDe facto, ler hoje em dia (ler, no fundo, de um modo ou de outro, em qualquer tempo e em qualquer lugar) os jornais é, antes de mais, descartar ousadamente todo um 'sarro' de deformação, voluntária ou involuntária, residual que, muitas vezes, condiciona o nosso modo pessoal de julgar o mundo à nossa volta.
Eu honestamente não posso jurar que há democracia no Irão (de facto, desconheço se começa logo por havê-la em Portugal mas essa é outra questão...); agora, aquilo que também ignoro é se aquela que eu posso eventualmente supor que não há no Irão não é (im) precisamente o resultado de uma série de elementos de contra-informação que a alguém interessa que eu tome por informação fiável e, sobretudo, objectiva.
A única coisa que posso fazer (e que faço, determinada, conscientemente!) é não "embarcar" em campanhas como a que é óbvio pretende instabilizar a vida social e política no Irão---o que vale por dizer que (já nem falo em Israel mas seguramente) a chamada União Europeia já decidiu quem apoiar no conflito que opõe o governo eleito no Irão à opisição derrotada.
Concordo em absoluto com o que refere.
ResponderEliminarObrigado pelo seu comentário, desculpe só agora o publicar, mas estive 10 dias em Itália, e não me era possível ter net.
Abraço