quarta-feira, 18 de março de 2009

Demolição da Escola da Veiga (Guimarães)

Há nesta demolição da Escola Secundária da Veiga, na freguesia de Azurém, concelho de Guimarães aspectos que simbolicamente me fazem lembrar a forma como o governo tem tratado a educação.
Escola essa que se encontra encerrada desde o final do ano lectivo 2004/2005, e até agora esteve entregue ao abandono, apresentava já marcas de ocupação abusiva e marginalidade. Todavia usufruia do facto de estar situada numa zona relativamente pacata (embora tenha o bar académico ao lado),mas em termos populacionais a zona tinha baixa densidade.
Os antigos estudantes queixavam-se da falta de condições humanas e físicas, muito devido ao facto de esta ter sido concebida desde o início como escola provisória.
A nova escola, começou em finais de 2003 a ser edificada e situa-se em Mesão Frio, tendo o executivo municipal em 2004 escolhido para patrono da escola Joaquim Santos Simões.
A nova escola para além de continuar a ser Secundária passou a dispor de 3ºciclo.
Mas voltando ao início do texto, este acto que embora sem responsabilidade da actual legislatura, e possivelmente uma decisão acertada, traz-me à memória as políticas seguidas pela actual ministra da educação e leva-me a desejar não a sua demolição, mas a destituição.
Pois o que se está a passar nas escolas, é algo totalmente contra producente para um ensino público de qualidade e que dignifique as futuras gerações e que faça com que se formem pessoas com capacidade para re-erguer este país.
A desmotivação com que professores enfrentam a profissão que escolheram e pela qual lutaram durante anos, a carga de trabalho com a qual se vêem confrontados devido ao inqualificável método de avaliação.
É no mínimo questionável professores de matemática ou outra similar, terem de avaliar aulas de informática por exemplo, no mínimo seriam necessárias algumas referências comuns, já pa não falar que esta avaliação faz com que se descure a principal função, a de ensinar.
Enfim, este sistema feito em cima do joelho e constantemente remendado não é solução, e só por teimosia e dogma ainda se mantém de pé, fruto também das férias dos meninos do PSD.
Pelo menos a escola da veiga não passará por estas agressões à carreira docente e cisões dentro da classe, devido à divisão em professores titulares.

2 comentários:

  1. Muito mal vai o ensino, quando a Ministra da Educação elege os professores como os seu principais inimigos,e como tal , alvos a abater.
    A maioria dos professores têm resistido, mas sabem que vão pagar isso .
    Que fazer ?
    Um abraço
    Nocturna

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  2. Gostei muito do Blog. Os meus parabéns.
    Quanto à avaliação dos professores, esta não pode ser uma actividade pontual e descontinuada. Não pode ser uma avaliação feita na observação de duas aulas"encenadas".
    A avaliação de um professor requer uma actividade continuada, porque importam mais as actividades de reformulação, a troca de experiências e a partilha de saberes, do que o simples diagnóstico da sua actual situação.
    Avaliar um professor é uma tarefa muito complexa. É mais simples avaliar uma ministra que pensa ser possível reduzir a avaliação dos professores a duas páginas de papel.
    Os professores querem ser avaliados(sempre o foram), mas de uma forma justa e de modo a que possam fazer aquilo que mais gostam e para o qual tiraram o curso...ENSINAR!!

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