sexta-feira, 7 de março de 2014

Foz Côa / Torre de Moncorvo

Encontrando-me em Foz Côa é impossível não relembrar a polémica acerca das gravuras rupestres que em 1995 levaram à suspensão da construção da barragem no rio Côa, muito por força da proximidade das eleições legislativas em que saiu vencedor o Engº Guterres que muito utilizou este tema na sua campanha.
O impacto dos trabalhos de construção da barragem são hoje bem visíveis, e importa refletir se, não teria sido melhor como defendia Jean Clottes (então presidente do Comité de Arte Rupestre na UNESCO) a submersão das mesmas, tal como já acontecia com outras na mesma zona, provocadas pela subida das águas causadas pela construção da barragem do Pocinho no rio Douro em 1982.
 
 
 
 
 
 
 
 
O prometido museu ficou concluído apenas 15 anos depois da suspensão dos trabalhos da barragem, ficando ainda a faltar o prometido parque temático, contudo os prometidos turistas parecem afinal não vir a aparecer. Pode-se contudo aproveitar a belíssima vista desde o museu para o vale do côa e do douro.
 
Um dos efeitos do cancelamento da barragem do côa foi a construção das barragens no rio sabor, para muitos o último rio selvagem de Portugal e da Península Ibérica, que se extende por cerca de 120 km.
 
 
  
Ficarão assim para memória futuro as paisagens seguintes, já que o cenário dentre em breve será bem diferente.
 
 
 
 
 
 
Em Torre de Moncorvo podemos encontrar as minas de ferro abandonadas, que nos anos 50 chegaram a empregar cerca de 1600 pessoas, e ainda é um dos maiores jazigos de minerais de ferro da Europa, e que terminou a sua actividade em 1986, e que agora uma poderá vir a reabrir dentro de dois anos pelo grupo MTI.
 
 
 

sábado, 23 de novembro de 2013

Timișoara - Roménia

Fazer os cerca de 150 kms que separam Timisoara de Novi Sad, não é definitivamente uma tarefa fácil, dado que não existe ligação direta entre as duas cidades, quer de autocarro ou comboio.
Contudo após uma pesquisa pela internet, era suposto existir um comboio desde Jimbolia, que é uma pequena cidade romena que dista 3 km da fronteira, e que outrora já pertenceu à Sérvia, para Timisoara.
Para chegar a Jimbolia o melhor seria um autocarro de Novi Sad para Srpska Crnja, pequena aldeia perto da fronteira com a Roménia.
A distância dessa viagem era de cerca de 103 km, que levou umas "naturais" 3 horas chegando ao destino perto das 19h, algo em parte explicável pelos desvio para levar passageiros à porta de suas casas (tendo inclusive em muitos casos de inverter a marcha) e com uma paragem pelo meio para arrefer o motor do desgastado autocarro.
Contudo o motorista não fez o favor me deixar na fronteira, tendo de fazer esses 2 kms a pé. 
Após atravessar mais uma fronteira a pé, teria também de fazer os 3 kms até Jimbolia a pé, sendo que a estrada era estreita e com uma reta contínua e plana sem passeios ou iluminação, dando a ilusão de se continuar sempre no mesmo local.
Já muito perto da entrada de Jimbolia começou a chover, e para piorar ainda mais as coisas, o último comboio havia partido às 17h25, contudo felizmente era o meu dia de sorte, pois estava com um romeno que tinha feito também estes kms a pé comigo, dado que tinha ido a um congresso de anarquista numa pequena vila na Sérvia, e que gentilmente me perguntou se queria boleia para Timisoara, sendo que comecei aí a mudar a imagem muito distorcida que temos em Portugal da Roménia e dos Romenos. E assim fizemos os cerca de 40 kms, junto com os pais da namorada desse simpático romeno, num pequenino mas aconchegado daewoo matiz. 
Chegado ao hostel, quatro simpáticos sérvio convidaram, após uma amigável conversa sobre Portugal, o Benfica, Markovic e algumas questões políticas, a ir com eles a um bar/discoteca Fratelli, com um conceito muito interessante, aonde predominavam as pequenas mesas, junto a confortáveis e enormes sofás. 
Timisoara surprendeu-me pela positiva não apenas pelas pessoas, mas por alguma organização, os muitos estilos arquitéctónicos, os muitos parques verdes, mas sobretudo por ser uma cidade aparentemente bastante calma.

















Uma pena é que alguns desses bonitos edifícios a receber o tratamento que merecem o que lhes daria outro impacto.


A Roménia já aderiu também à moda dos centros comerciais, sendo o Iulius Mall um deles, o maior daqueles que vi nesta zona do globo.

O tratamento que dado às condições de segurança em obra, faz recordar o passado em Portugal, por exemplo, uma obra no centro da cidade de contrução de um viaduto para o tráfego automóvel, encontrava-se completamente aberta, permitindo o acesso à frente de obra a crianças, idosos, pessoas de bicicleta, motos, lado a lado com cabos de aço, maquinaria, etc, sem um mínimo de organização e arrumação, isto num sábado.
 
Curioso, também um edital de obra muito artesanal.
Sendo esta cidade a última paragem da viagem e a primeira etapa do regresso a Portugal.