Encontrando-me em Foz Côa é impossível não relembrar a polémica acerca das gravuras rupestres que em 1995 levaram à suspensão da construção da barragem no rio Côa, muito por força da proximidade das eleições legislativas em que saiu vencedor o Engº Guterres que muito utilizou este tema na sua campanha.
O impacto dos trabalhos de construção da barragem são hoje bem visíveis, e importa refletir se, não teria sido melhor como defendia Jean Clottes (então presidente do Comité de Arte Rupestre na UNESCO) a submersão das mesmas, tal como já acontecia com outras na mesma zona, provocadas pela subida das águas causadas pela construção da barragem do Pocinho no rio Douro em 1982.
O prometido museu ficou concluído apenas 15 anos depois da suspensão dos trabalhos da barragem, ficando ainda a faltar o prometido parque temático, contudo os prometidos turistas parecem afinal não vir a aparecer. Pode-se contudo aproveitar a belíssima vista desde o museu para o vale do côa e do douro.
Um dos efeitos do cancelamento da barragem do côa foi a construção das barragens no rio sabor, para muitos o último rio selvagem de Portugal e da Península Ibérica, que se extende por cerca de 120 km.
Ficarão assim para memória futuro as paisagens seguintes, já que o cenário dentre em breve será bem diferente.
Em Torre de Moncorvo podemos encontrar as minas de ferro abandonadas, que nos anos 50 chegaram a empregar cerca de 1600 pessoas, e ainda é um dos maiores jazigos de minerais de ferro da Europa, e que terminou a sua actividade em 1986, e que agora uma poderá vir a reabrir dentro de dois anos pelo grupo MTI.